Esquerda da Moita


Já se sabe que a esquerda da Moita é das ondas mais perfeitas de Portugal.
Estavam à vista de toda a gente mas, tal como a Sanguesuga, eram tidas com insurfáveis... Até que um incidente mostrou-as aos bodyboarders. Estava eu e o meu irmão na Moita, e decidimos ir para a esquerda da Moita (esquerda dos surfistas, hoje), porque já estava meia-maré e o Rocha já lá estava a apanhar umas esquerdas (ainda muito moles), a meio caminho decidimos apanhar uma daquelas ondas insurfáveis e não é que o Rocha se juntou á festa, e depois apareceu o Mangas? A partir desse dia, essa passou a ser a esquerda da Moita e a outra a esquerda dos surfistas.
Poderosa, cavernosa e perfeita. É a nossa onda.

3 comments:

Nani said...

Confirmo esse dia perfeito...
Grande, cavernoso e perfeito... é como a gente gosta.
Dentro de água o tema de conversa foi o tal concerto.

Rui said...

Lembro-me muito bem desse dia. Ele foi a um concerto dos Machine Head e nós fomos surfar à tarde para as esquerdas da moita. Estava mesmo muito bom.

Mas o dia que recordo melhor foi um dia em que estava eu o nani, o henrique, o fred e o joão guimarães. Veio um set enorme....mas enorme mesmo...eu, henrique e joão conseguimos passar o set sem levar com ele. O nani e o fred não tiveram a mesma sorte e andaram aos papéis.

Um Abraço

HEM said...

Por acaso lembro-me muito bem desse dia e dos comentários que me fizeram: que não devia ter ido ao concerto, pois havia perdido um dos melhores dias de surf na EM.

Paciência, fiquei mesmo com aquele grande melão, restando-me ficar com a memória de outras surfadas memoráveis (e não foram assim tão poucas quanto isso).

Quando olho para trás, nesses dias, faz-me pensar que tínhamos um estilo de vida por demais saudável, sempre à procura de ondas e a explorar milimétricamente toda a costa da Ericeira e arredores. Há surfadas que estão tão cravadas na minha memória que parecem que ainda só passou um dia.

No que diz respeito à EM, ela é sem dúvida a ONDA. Trata-se de uma onda que, só de pensar nela e para quem já lá surfou, provoca um ligeiro aumento do ritmo cardíaco e impõe uma atitude de respeito (mesmo quando as condições de funcionamento são mínimas).
Mas há muitas outras ondas épicas, como por exemplo o Peter’s ou o Green (actualmente há quem lhes chame outra coisa) que merecem ser recordadas. E também, para quem viu (num dia que não me lembro quando, mas que o mar estava realmente gigante, a fechar em todo o lado) aquele point que dava uma esquerda perfeita que começava a formar-se praticamente em alto mar – na altura não existia tow-in, mas actualmente penso que é possível surfá-la para quem os tem no devido sítio, sendo, sem sombra de dúvidas, um big-wave spot a nível mundial

Na altura fomos uns verdadeiros pioneiros, tendo inaugurado muitos spots, que actualmente são sobejamente conhecidos (como por exemplo a Sanguessuga), como outros que, apesar de já serem conhecidos, foram baptizados com outros nomes, e, outros ainda, que, esperemos, ainda não são conhecidos.
Claro que éramos uns privilegiados, pois nesses tempos nem todos tinham carros para poderem ir explorar a costa, mas também tínhamos uma atitude de saber preservar o que era bom, não divulgando, por dá cá aquela palha, as nossas “jóias da Coroa” (estou-me a lembrar de uma vez que levamos o Pikolim connosco de lhos vendados). Era o que se pode dizer de “comer de boca fechada”.

Enfim, são memórias que muito poucos se podem gabar de as ter.