Açores (VIII-2006)


Este ano fui novamente para os Açores; onde ainda é um dos excelentes sítios para descansar, passear, fazer desportos e usufruir a natureza em estado bruto.
Aproveitei para, além de levar o material de bodyboard e mergulho, levar a bicicleta (pois um amigo que, é de lá, desafiou-me para ir conhecer alguns trilhos de São Miguel). A propósito dos passeios em BTT irei fazer um novo post, por isso, mais não digo.



No que concerne ao B.B., posso dizer que deu para apanhar umas onditas.

Logo no primeiro dia fomos (eu o Pedro, o Luís e o Bruno "SJ") para o Areal da Ribeira Grande. Aí estava um tamanhito razoável e com um forte vento off-shore. No entanto, apesar das boas condições, não curti muito, pois fartei-me de levar porrada e de não atinar no DK, caindo bastante (deu, porém, para observar que os locais que lhe dão muito).



Nas surfadas seguintes o mar já havia caído e foram ao fim do dia, apenas na companhia do Pedro (uma vez que ele estava na SurfShop e só quando a fechava é que íamos para o surf). No mencionado Areal apanhei ondas que, apesar de muito pequenas, tinham uma formação muito engraçadas e fora do que normalmente estamos habituados (diferentes, portanto, do que as que apanhei no primeiro dia): num dia partia muito raso, fazendo uns buracos brutais (parecia que a onda escavava a areia para a transportar para o seu lip), noutro fazia uma cross-wave muito louca sendo que o que te empurrava era a parede da onda e a cross-wave).


Na última surfada que fiz, foi em Ribeira Quente, mesmo ao fim do dia até à noite.
Nessa altura estive mesmo para não entrar, pois a maré ainda estava muito cheia (e por isso entravam pouco sets) e o sol já se havia posto.
O Pedro e mais dois locais (um “bad local” e outro, qu apesar de ter pinta de “black-trunk”, era super impecável e muito simpático) entraram logo. Estava dar uma grande seca mas ainda assim iam apanhando umas ondas jeitosas.

Ao vê-los, fiquei motivado e pensei: “nem que vá lá e apanhe só uma onda, ao menos não fico aqui fora a bezerrar, ainda por cima a agua é quente – é só mesmo entrar de calções (não custa nada)”. Assim foi, estando já muito escuro, lá decidi entrar.
Logo no início, ao entrar pelo pontão, foi uma sorte não me ter espetado nas rochas, pois nos Açores, ao contrário da Ericeira, os limos escorregam mesmo muito e as rochas são, na maior parte das vezes, polidas; o que obriga a ter uma grande base de apoio, tendo que ir quase sentado.
Depois de chegar ao pico, apanhei uma onda muito porreira, tendo-a feito em DK. Quando entrou outro set (um pouco maior) apanho uma onda muito boa, mas como ia em DK, não consegui fazer o drop e caí. A partir daí foi levar com o set todo na cabeça.
Ao voltar para pico, de repente, senti uma dor (um misto de choque eléctrico com cortes de x-acto) no braço e depois, logo de seguida, outra na zona abdominal. Fiquei completamente desorientado e em stress, pois não sabia o que se estava a passar e aquelas picadas pareciam vir do nada. Em suma, o que aconteceu foi ter sido ferrado três vezes por uma água-viva, deixando-me marcas que ainda hoje estão para sarar (moral da história, apesar de ser bom, é de evitar surfar nos Açores em tronco nu, pelo menos deve-se levar uma “licrinha”).
Decidi, então dar por encerrada a minha surfada, pois já era noite escura e não tinha gostado muito do meu encontro imediato com a água-viva (cujas picadelas provocam uma dor inversamente proporcional ao tamanho do pequeno bicho), o que só me levava a pensar: "… e se aquilo entra para dentro dos meus calções?".


No dia seguinte acordamos cedo para lá regressar. Mas o vento já tinha levantado e o crowd era maior, pelo que fiquei a bezerrar no carro enquanto o Pedro foi surfar. Desta vez, para que ele não se ficasse a rir e a gozar dos outros, foi ele a vítima da água-viva, tendo sido ferrado ainda mais violentamente do que eu.

Apesar de não ter fotos das surfadas, publíco outras fotos dos Açores que demonstram que, mesmo estando flat, só se entedia quem quer.


1.º Encontro de Freeride na Covilhã - ESTRELA RADICAL


Este fim-de-semana (09-IX-2006), fui até à Serra da Estrela. Como já há muito que gostava de conhecer os trilhos de lá, decidi inscrever-me no 1.º Encontro de Freeride na Covilha, organizado pela Estrela Radical.

Fui à cautela, pois não conhecia ninguém nem os trilhos, estando com algum receio de que o nível de exigência fosse muito acima do meu.

O pessoal da Estrela Radical revelou-se ser impecável e incansável, tendo uma hospitalidade exemplar. Nunca deixaram ninguém para trás e mostraram-se sempre preocupados com o desempenho e divertimento de todos os participantes.
Os percursos foram, como seria de esperar, espectaculares e dignos da Serra em que se inserem, revelando um pouco daquilo que a Serra da Estrela tem de verdadeiramente para mostrar.
Apesar de estar muito cauteloso quanto aos percursos, por não os conhecer e por não ter muita vontade de cair (por já ter tido a minha conta de quedas nos Açores, em que a "coisa" não correu da melhor maneira - o post irá surgir a qualquer dia), acabei por me ir adaptando da melhor maneira (mesmo assim não me aventurei em determinadas partes das pistas; fica para a próxima) e passar uma excelente tarde, com ainda mais excelente companhia.

Pessoalmente, acho que é assim que se deve andar na Serra da Estrela, ou seja, pelo meio das suas encostas, interagindo de perto com a natureza que ela nos pode oferecer.

No final, e para meu espanto, ainda me pediram para dar uma
entrevista para o jornal online da Universidade da Beira Interior (urbi@orbi). De facto essa notícia pode ser vista aqui, onde consta publicada a foto de quem vos escreve e de me referirem expressamente (apesar de me terem dado um desconto de 4 anos na idade).

Ainda poderão ver estas e outras imagens deste evento no banco de imagens do Colectivo F


P.S.: Recebi agora do meu amigo J. Miguel o "Boletim da Câmara Municipal da Covilhã", de Dezembro de 2006, onde aparece a notícia deste evento ilustrada com a foto deste post: