Pirinéus (I-2007)

O início desta temporada foi inédito para mim, pois comecei com duas semanas seguidas de neve (juntei-me a dois projectos distintos que ocorreram nos Pirinéus). Ambos os projectos comungaram de dois factores importantes, ou seja, a grande escassez de neve (a níveis muito preocupantes) e a existência de um grupo de pessoas verdadeiramente bem dispostas, de aprazível companhia e convívio (posso dizer que fiz excelentes novas amizades), que contribui para amenizar a referida falta de neve.
Na primeira semana, foi a edição 2007 da Semana Branca, só que desta feita ocorreu em Pas de la Casa, em Andorra.
Foi uma semana em que andei muito cauteloso e agasalhado, pois, dias antes, havia-me sido diagnosticado uma bronquite aguda.
As pistas estavam pelo mínimo, cheias de pedras e lama. Como se tratava de uma estância que já conhecia bem, acabou por não me trazer algo de novo (à excepção dos corrimões, nos quais me aventurei - algumas vezes com sucesso, outras não, neste caso foram-me deixadas alguns “recuerdos” no corpo).

Na segunda semana, fui para Cerdanya, para uma localidade a cerca de 30km de Pas, onde nos encontrarmos com segundo grupo. Éramos apenas três pessoas a fazê-lo (houve um dia de intervalo, que foi algo estranho, face à ausência repentina das pessoas que constituíam o grupo; daí que decidimos fazer uma bela caminhada pela montanha para matar o tempo).

Este interface foi, em certa medida, uma aventura. Eu era das pessoas que tinha mais carga, pois decidi ficar com as duas pranchas, a par do resto equipamento e bagagem (os outros dois amigos enviaram os skis para Portugal, para não os estragarem mais em rochas). Tivemos que apanhar um autocarro(1), um comboio(2) e, depois, andar a pé (uma distância que, para mim, pareceu ter mais do que 40km, mas na realidade não devia passar dos 2km).




Quanto a esta segunda semana propriamente dita, foi um formato que me agradou bastante, pois não havia uma só estância definida: estávamos alojados nuns chalets no meio de uma zona rural, muito tranquila, indo depois para uma estância a escolher (ali a oferta era muita).


A neve estava ligeiramente melhor que em Andorra e as estâncias que visitamos (

La Masella; Les Angles; e La Molina), apesar de mais pequenas, eram muito engraçadas, com bastantes árvores e trajectos muito interessantes.

Um dos episódios dignos de nota que me aconteceu (e que poderia ter tido algumas consequências mais graves), foi ter sido projectado por uma cadeirinha contra uma cabine de controlo das mesmas, a cerca de dois metros de distância. Felizmente só tive um hematoma num joelho, tendo-me valido as protecções (principalmente o capacete). Portanto, nunca é demais usar protecções, pois nunca sabemos quando vamos precisar delas.


Por fim, o “apres ski” também foi muito giro e animado (onde, por incrível que pareça, até cheguei a dançar).


(1) Ainda falam mal dos Portugueses: o transporte realizou-se num vulgar autocarro de passageiros (daqueles em que os lugares estão apenas divididos por um minúsculo corredor de 50 cm), cuja paragem não existia e as pessoas entravam “à ganância”, como de um verdadeiro transporte público urbano em hora de ponta se tratasse. O mais incrível é que o senhor motorista (que nem sequer passou bilhete, apenas anotou num papel a quantia paga) não quis abrir a mala da bagagem, nem a porta de trás, pelo que tivemos mesmo que entrar com toda aquela carga e percorrer o dito corredor (sem que os passageiros facilitassem muito a passagem). Enfim…

(2) Aqui já parecia que estávamos num país civilizado e super moderno, pois era um comboio com todas as facilidades e confortos (ampla zona de carga, com suportes para skis, bicicletas, etc, janelas panorâmicas, lugares confortáveis, com tomadas eléctricas, etc, etc).

4 comments:

Rui said...

Nice

Guxtavo said...

Muito nice mesmo!!
Estou-me aqui a roer de uma inveja saudável!! :-)
Saudável, pelo principio, não tanto pela razão que me leva a senti-la...
Pois é, aqui para o vosso amigo, a temporada da neve vai-se mesmo resumir a historias como esta (Thanks H, muito fixe mesmo - fez-me lembrar Val'd Serre! ;-) ou talvez num fds mais arrojado fazer um boneco de neve!! Isto porque consegui arranjar para aqui uma lesão no ligamento cruzado interior do joelho esquerdo, que me tira indeterminadamente de todos os planos desportivos... exepto talvez de um moreyboggie em st. Sebastian num diazito classico de verão... ;-)
Abraços

esculápio said...

Quanto custou o bilhete do comboio?

HEM said...

... essa foi a melhor parte da viagem de comboio, isto é, praticavam-se preços à medida da carteira Tuga, do género: pagavas com um cêntimo e recebias outro de troco (por isso é que o "picas" nem sequer se dava ao trabalho de aparecer).